Com a criação do áudio digital e consequente transformação das músicas em arquivos, foi percebido que tais arquivos possuíam um tamanho excessivamente grande em relação ao tempo da música (em média, 1 minuto de música corresponde a 10 MB de tamanho). Isso tornava grande o espaço utilizado para armazenar uma coleção de músicas e dificultava o compartilhamento das mesmas. Por esses e outros motivos foi criada a compressão de áudio digital, que diminui em cerca de 10 vezes o tamanho de um arquivo de música sem que haja perda de qualidade sensível aos seres humanos (então 1 minuto passa a corresponder, em média, a 1 MB). Existem basicamente dois tipos de áudio comprimido: os com e os sem perda. Os formatos com perda são os mais famosos e entre eles incluem-se o famoso MP3 e o livre Ogg (que será discutido nesta postagem). Já os formatos sem perda não são tão famosos por terem uma relação de dificuldade de manutenção por taxa de compressão muito ruim (é difícil implementar algoritmos para manipular estes arquivos com uma boa taxa de compressão) [1].
De forma geral, métodos de compressão com perdas retiram do arquivo de áudio tudo aquilo que não é audível normalmente pelos seres humanos e o mais famoso deles é o MP3, que é a sigla para MPEG-1/2 Audio Layer 3. Este método de compactação tornou-se padrão de mercado e hoje em dia é fácil encontrar aparelhos reprodutores de áudio digital com suporte a este formato. Mas nem tudo são flores. Em 1998 começou a ser cobrado dos usuários que criavam ou reproduziam arquivos MP3, uma licença referente ao CODEC responsável por realizar estas tarefas. Com isso, outros formatos de áudio alternativos como o WMA (Windows Media Audio), AAC (Advanced Audio Coding) e Ogg Vorbis foram criados [2].
Pelo fato de ser liberado sob licenças livres, o formato Ogg Vorbis tem sido foco de migração de muitos usuários. Isso se deve ao fato de que, ao adicionar o CODEC a algum sistema (seja ele um sistema operacional ou um player), não é necessário o pagamento de qualquer licença por parte dos desenvolvedores ou usuários. O formato Ogg Vorbis foi desenvolvido pela fundação Xiph.org, uma organização que, como descrito no seu site oficial, "tem o propósito de suportar e desenvolver protocolos e softwares livres e abertos para servir o público, desenvolvedores e mercados de negócios" [3].
O nome deste formato se deve à utilização de dois formatos para criar o arquivo final: o formato Ogg é responsável pelo armazenamento dos dados, como um container [4] e o formato Vorbis é o responsável pela compressão do áudio [5]. Dessa forma, o formato Ogg pode ser utilizado em conjunto com qualquer formato de compressão, sendo que o Vorbis é o preferido, por ser livre assim como o Ogg. Desta junção foi criado o Ogg Vorbis.
A qualidade do som neste formato, diferentemente do MP3 que é medido em bitrate, é medida numa escala de -1 a 10, sendo que 4 corresponde a 128 kbps e 6 a 192 kbps (vide [5] para a listagem completa). Interessante que alguns conversores como o SoundKonverter permitem converter um formato para Ogg Vorbis usando a medição de qualidade em kbps. Contudo, nem todos os conversores possuem esta capacidade, então é bom saber a correspondência entre os principais valores de cada tabela para evitar transtornos ao converter arquivos. Tocando no assunto de qualidade, [5] ainda cita que o Vorbis (algoritmo de compressão das músicas) tende a ser mais eficiente que o MP3 em bitrates menores (a menor qualidade do Vorbis tem mais qualidade que a correspondente em MP3). Além de tudo isso, em qualidades iguais o Vorbis normalmente consegue gerar arquivos menores que o MP3 devido ao uso de bitrate variável em vez do bitrate constante [6].
O formato Ogg Vorbis ainda permite que os arquivos sejam etiquetados, com a inserção de dados como o nome da música, do artista, do álbum, número da faixa, gênero, comentários etc. Estas etiquetas (Tags) são lidas por programas que as exibem enquanto a música é executada ou as gravam em algum banco de dados, dependendo do programa, para exibir estatísticas para o usuário. Isso quer dizer que o usuário não sentirá tanta diferença ao trocar o MP3 pelo Ogg Vorbis.
Creio que a grande desvantagem do Ogg Vorbis em relação ao MP3 atualmente é a compatibilidade com dispositivos de reprodução de áudio digital. Muitos desses dispositivos ainda são conhecidos como MP3 Players (apesar de serem capazes de executar outros formatos). Com a maior adesão do Ogg Vorbis por parte dos usuários, a tendência é que cada vez mais players tenham suporte a este formato, já que os desenvolvedores não terão de arcar com quaisquer custos relativos a licenças como com o MP3.
Cada um de nós pode fazer a sua parte nesta empreitada ao usar e divulgar o formato Ogg Vorbis e ao exigir e comprar dispositivos de fabricantes que deem suporte a este formato. Sobre a divulgação, a Free Software Foundation, em apoio ao Ogg Vorbis criou um projeto chamado PlayOgg que pode ser colocado em qualquer site, indicando a preferência pelo Ogg Vorbis. Então se você tem um site ou blog e acredita nesta causa, mostre ao mundo!
Devido aos fatos do Ogg Vorbis ainda não ser suportado por muitos players e que a coleção de músicas de muitas pessoas está no formato MP3, nas próximas postagens serão abordados as questões de conversão de MP3 para Ogg e vice-versa.
Chega de formatos proprietários!
[1] http://en.wikipedia.org/wiki/Audio_data_compression
[2] http://en.wikipedia.org/wiki/MP3
[3] http://www.xiph.org/
[4] http://en.wikipedia.org/wiki/Ogg
[5] http://en.wikipedia.org/wiki/Vorbis
[6] http://en.wikipedia.org/wiki/Bitrate : No formato MP3 também é possível usar bitrate variável, mas a maioria das fontes ignora este fato.
De forma geral, métodos de compressão com perdas retiram do arquivo de áudio tudo aquilo que não é audível normalmente pelos seres humanos e o mais famoso deles é o MP3, que é a sigla para MPEG-1/2 Audio Layer 3. Este método de compactação tornou-se padrão de mercado e hoje em dia é fácil encontrar aparelhos reprodutores de áudio digital com suporte a este formato. Mas nem tudo são flores. Em 1998 começou a ser cobrado dos usuários que criavam ou reproduziam arquivos MP3, uma licença referente ao CODEC responsável por realizar estas tarefas. Com isso, outros formatos de áudio alternativos como o WMA (Windows Media Audio), AAC (Advanced Audio Coding) e Ogg Vorbis foram criados [2].
Pelo fato de ser liberado sob licenças livres, o formato Ogg Vorbis tem sido foco de migração de muitos usuários. Isso se deve ao fato de que, ao adicionar o CODEC a algum sistema (seja ele um sistema operacional ou um player), não é necessário o pagamento de qualquer licença por parte dos desenvolvedores ou usuários. O formato Ogg Vorbis foi desenvolvido pela fundação Xiph.org, uma organização que, como descrito no seu site oficial, "tem o propósito de suportar e desenvolver protocolos e softwares livres e abertos para servir o público, desenvolvedores e mercados de negócios" [3].
O nome deste formato se deve à utilização de dois formatos para criar o arquivo final: o formato Ogg é responsável pelo armazenamento dos dados, como um container [4] e o formato Vorbis é o responsável pela compressão do áudio [5]. Dessa forma, o formato Ogg pode ser utilizado em conjunto com qualquer formato de compressão, sendo que o Vorbis é o preferido, por ser livre assim como o Ogg. Desta junção foi criado o Ogg Vorbis.
A qualidade do som neste formato, diferentemente do MP3 que é medido em bitrate, é medida numa escala de -1 a 10, sendo que 4 corresponde a 128 kbps e 6 a 192 kbps (vide [5] para a listagem completa). Interessante que alguns conversores como o SoundKonverter permitem converter um formato para Ogg Vorbis usando a medição de qualidade em kbps. Contudo, nem todos os conversores possuem esta capacidade, então é bom saber a correspondência entre os principais valores de cada tabela para evitar transtornos ao converter arquivos. Tocando no assunto de qualidade, [5] ainda cita que o Vorbis (algoritmo de compressão das músicas) tende a ser mais eficiente que o MP3 em bitrates menores (a menor qualidade do Vorbis tem mais qualidade que a correspondente em MP3). Além de tudo isso, em qualidades iguais o Vorbis normalmente consegue gerar arquivos menores que o MP3 devido ao uso de bitrate variável em vez do bitrate constante [6].
O formato Ogg Vorbis ainda permite que os arquivos sejam etiquetados, com a inserção de dados como o nome da música, do artista, do álbum, número da faixa, gênero, comentários etc. Estas etiquetas (Tags) são lidas por programas que as exibem enquanto a música é executada ou as gravam em algum banco de dados, dependendo do programa, para exibir estatísticas para o usuário. Isso quer dizer que o usuário não sentirá tanta diferença ao trocar o MP3 pelo Ogg Vorbis.
Creio que a grande desvantagem do Ogg Vorbis em relação ao MP3 atualmente é a compatibilidade com dispositivos de reprodução de áudio digital. Muitos desses dispositivos ainda são conhecidos como MP3 Players (apesar de serem capazes de executar outros formatos). Com a maior adesão do Ogg Vorbis por parte dos usuários, a tendência é que cada vez mais players tenham suporte a este formato, já que os desenvolvedores não terão de arcar com quaisquer custos relativos a licenças como com o MP3.
Cada um de nós pode fazer a sua parte nesta empreitada ao usar e divulgar o formato Ogg Vorbis e ao exigir e comprar dispositivos de fabricantes que deem suporte a este formato. Sobre a divulgação, a Free Software Foundation, em apoio ao Ogg Vorbis criou um projeto chamado PlayOgg que pode ser colocado em qualquer site, indicando a preferência pelo Ogg Vorbis. Então se você tem um site ou blog e acredita nesta causa, mostre ao mundo!
Devido aos fatos do Ogg Vorbis ainda não ser suportado por muitos players e que a coleção de músicas de muitas pessoas está no formato MP3, nas próximas postagens serão abordados as questões de conversão de MP3 para Ogg e vice-versa.
Chega de formatos proprietários!
[1] http://en.wikipedia.org/wiki/Audio_data_compression
[2] http://en.wikipedia.org/wiki/MP3
[3] http://www.xiph.org/
[4] http://en.wikipedia.org/wiki/Ogg
[5] http://en.wikipedia.org/wiki/Vorbis
[6] http://en.wikipedia.org/wiki/Bitrate : No formato MP3 também é possível usar bitrate variável, mas a maioria das fontes ignora este fato.
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Poxa cara, eu fiz um post no meu blog sobre o formato ogg, e axei que era só eu que me importava com isso, mas que bom q mais gente se importe.
ResponderExcluirparabéns pelo blog
Salve, Allan!
ResponderExcluirCom certeza há algumas pessoas que se importam com este formato! Acho que somente com o aumento do número de usuários do Ogg é que empresas como a Apple começarão a criar produtos com melhor compatibilidade para ele. Utilizo o OS X e, para minha surpresa, este formato, que é livre e de utilização gratuita, não possui suporte à altura do MP3 e do AAC no sistema. Uma pena!
Mas são pessoas como você e eu que podem ajudar a mudar isso! Obrigado pelo comentário e parabéns pelo seu blog também!
Abraço!