Um assunto que está em voga no mundo da tecnologia, no Brasil, é a Televisão Digital. Esta nova tecnologia vem mudando os conceitos sobre televisão por onde passa, seja nos aspectos mais técnicos, como transmissão e modulação ou nos mais óbvios, como qualidade do sinal.
A TV Digital (DTV – Digital Television) entrou oficialmente no ar (Brasil), em 2 de dezembro de 2007 e mesmo antes deste lançamento houve um pouco de polêmica sobre o padrão de transmissão a ser adotado. Ao final, as autoridades responsáveis optaram pelo padrão japonês (ISDB – Integrated Services Digital Broadcast), que não necessitaria pagamento de royalties, transmitiria o sinal para dispositivos móveis, funcionaria melhor em dispositivos em alta velocidade entre outras vantagens. A idéia então foi de incrementar esta tecnologia japonesa, criando um novo padrão, derivado do oriental, que foi chamado de SBTVD (Sistema Brasileiro de Televisão Digital).
Algumas características técnicas do SBTVD:
A TV Digital (DTV – Digital Television) entrou oficialmente no ar (Brasil), em 2 de dezembro de 2007 e mesmo antes deste lançamento houve um pouco de polêmica sobre o padrão de transmissão a ser adotado. Ao final, as autoridades responsáveis optaram pelo padrão japonês (ISDB – Integrated Services Digital Broadcast), que não necessitaria pagamento de royalties, transmitiria o sinal para dispositivos móveis, funcionaria melhor em dispositivos em alta velocidade entre outras vantagens. A idéia então foi de incrementar esta tecnologia japonesa, criando um novo padrão, derivado do oriental, que foi chamado de SBTVD (Sistema Brasileiro de Televisão Digital).
Algumas características técnicas do SBTVD:
- Utiliza o CODEC de vídeo MPEG-4 (H.264)
- Para áudio, usa o CODEC MPEG-2
- Utiliza o software livre (nacional) Ginga, como Middleware
- Possui todas as especificações nativas da DTV: 16:9 de aspecto e 1080 linhas de resolução
A TV Analógica
Desde sua concepção, a TV utiliza o formato analógico para a transmissão do sinal. Ela recebe o nome analógico, pois utiliza modulação de ondas para transportar áudio e vídeo. O grande problema disso é que o sinal recebido não possui a qualidade daquele que foi gerado e isto se agrava, ao levarmos em consideração que a maioria (senão todas) das emissoras de TV já utilizam tecnologias digitais para geração da imagem. Isto significa que imagem e áudio são gerados no formato digital, mas perdem sua qualidade na transferência, que é feita de forma analógica.
Pelo fato da transmissão ser feita de forma analógica, o sinal torna-se altamente sensível a interferências, criando problemas como a famosa imagem fantasma.
Isso me faz lembrar há alguns anos, quando meu pai ficava mexendo na antena e minha mãe ficava na frente da televisão, para avisar quando a imagem teria ficado boa. Quem nunca passou por isso? Na TV Digital não há imagens distorcidas ou fantasmas. Ou o sinal chega com 100% de qualidade, ou não chega.
Além disso, a TV Analógica não possui previsão para multiprogramação ou interatividade, dois recursos presentes na DTV.
Equipamento Necessário
Não há a necessidade de se comprar um novo televisor para aproveitar a transmissão da TV Digital. Contudo, televisores comuns não são capazes de exibir toda a definição que chega até eles.
Para entender isso, precisamos saber que a qualidade das imagens exibidas são medidas pelas linhas horizontais nos televisores. Chegue bem perto da sua TV ou monitor e você verá que há vários quadrinhos, que são chamados de pixels. Os pixels, dispostos na tela, formam uma espécie de grade, onde o número de pixels na vertical, dá a quantidade de linhas. Na prática, temos várias quantidades de linhas pré-definidas, sendo que as principais estão listadas na tabela abaixo:
480i | SDTV | Qualidade semelhante à TV analógica |
720p | HDTV | High Definition Television |
1080i ou 1080p | Full HD | A maior resolução do mercado |
Nota: O i e p junto com a quantidade de linhas, indicam entrelaçado ou progressivo.
Desta forma, pode-se utilizar uma TV comum para assistir a uma transmissão digital, mas somente se o aparelho de TV for Full HD, é que o espectador poderá desfrutar de toda a qualidade de imagem provida pela tecnologia.
Apesar da TV Full HD não ser obrigatória para se assistir a transmissão digital, um aparelho chamado Set-top Box será necessário para traduzir o sinal recebido para o televisor. Esta necessidade se dá pelo fato de que a maioria das TVs de última geração focam-se apenas em exibir a imagem, deixando que outros aparelhos cuidem da geração das mesmas. Na TV analógica, é comum plugar a antena direto na TV. Na TV Digital deve-se plugar a antena no Set-top Box e este na TV (a menos que a TV já possua um Set-top Box embutido).
A principal função do Set-top Box é a de preparar o sinal recebido para exibição na TV. Contudo, ele é peça chave na tão esperada interatividade e pode possuir recursos extras, como possibilidade de gravação de programas e multiprogramação. Assim, a diferença de preços pode indicar funções que um Set-top Box possui a mais que outro, ficando por conta do usuário definir suas necessidades, comparando o Custo X Benefício de cada equipamento.
O último componente necessário para a recepção do sinal de TV Digital é uma antena UHF, que pode ser interna ou externa. Com estes três equipamentos é possível captar o sinal de TV Digital, caso ele esteja disponível na sua região.
Interação
Este é um dos recursos mais aguardados, associado à DTV. À partir da interação, o telespectador deixa o seu papel passivo e passa a realmente interagir com a programação que está assistindo. Na verdade, este recurso já existia mesmo na TV Analógica (lembra do Você Decide, da Rede Globo?), mas o meio pelo qual a interação era feita, não podia ser o mesmo daquele por onde o sinal chegava. Isto, pois não havia previsão para este recurso na arquitetura da TV Analógica, o que forçava a utilização de outros meios, como Telefone, Internet ou SMS.
Com o telespectador tendo a possibilidade de interagir com os canais, o fluxo de informação passa a fluir nos dois sentidos (Emissora <---> Telespectador), em vez de em um só. Isso pode dar fim aos números 0800 para votar em pesquisas de emissoras e permitir que sites de venda de produtos, como o Shoptime.com, realizem vendas sem obrigar o usuário a ligar para eles ou a acessar o site: tudo seria feito com o controle remoto! Obviamente isto depende de suporte por parte do Set-top Box.
Imagine-se vendo um jogo de futebol e poder votar em enquetes sobre o melhor jogador da partida, ter acesso às fichas dos jogadores, estatísticas do jogo e novos ângulos de câmeras? A TV Digital torna isso possível!
Impacto na Sociedade
A DTV promete mudar a forma de se assistir TV. Se o telespectador dispuser de um Set-top Box com o recurso de gravação de programas, ele poderá deixar o aparelho programado para gravar o seu programa favorito, possibilitando que o assista quando achar melhor. Isso sem contar que a TV poderá ser sintonizada por aparelhos como smartphones, celulares e notebooks. Pode ser o fim da sala de TV nas casas.
Contudo, talvez o que cause mais impacto sejam os recursos como interatividade e multicanais (poderão haver pelo menos 4, de acordo com matéria do IDG Now). Deverá haver uma adaptação das emissoras para este novo formato de transmissão, com essas novas tecnologias, para que não haja perda de audiência. Além disso, cuidados maiores deverão ser tomados com detalhes como cenários e maquiagem, visto que a melhor qualidade da imagem permite que os telespectadores percebam muito mais detalhes que antes.
Há muitos anos a TV não recebia um avanço tão grande quanto este provido pela TV Digital. Talvez o último tenha sido a transmissão a cores, que começou no Brasil em 1962. De fato, este é um novo paradigma, que tende a mudar a forma como as pessoas assistem televisão e talvez seja o contrapeso que este meio de comunicação precisava para fazer frente ao constante avanço da Internet. No meio de toda essa revolução, encontram-se os cidadãos brasileiros, que só tendem a ganhar muito com esta tecnologia.
Leituras Recomendadas
- Entenda a TV Digital – Site oficial da TV Digital Brasileira.
- Televisão Digital – Página da Wikipédia sobre o assunto.
- Como funciona a TV Digital – Página da Folha Online.
- Como funciona um Conversor Digital – Sobre o funcionamento do Set-top Box.
Clube de Revista
Que os jogos comecem....
ResponderExcluirBrother,
Primeiramente bom texto kra.
Agora algumas dúvidas:
1) certa vez eu li sobre o congelamento de programas Ao Vivo, pausa, como funciona tal técnica?
2) como fazemos para voltar ao ponto certo para essa programação?
3) como se esvazia as informações armazenadas na gravação de canais, funciona como um dispositivo primário ou secundário?
abraço
I want to play a game... rs
ResponderExcluirSalve, salve!
Respondendo:
1. Pelo que pesquisei, só há uma forma de realizar este congelamento, que é através da gravação. Sendo assim, o Set-top Box ficaria gravando o programa em segundo plano e você assistiria outro programa (com queda na qualidade, já que a banda seria dividida).
2. Partindo do pressuposto que seria gravado, a volta poderia ser feita como em um DVD...
3. Tudo depende do Set-top Box. Inclusive a possibilidade de gravação. Um equipamento mais simples, apenas faria a conversão do sinal. Os mais sofisticados teriam mais recursos (não sei se já fazem, mas poder-se-ia até inserir jogos para jogar com o controle remoto - o Nintendo Wii veio à cabeça agora...). O Set-top Box poderia ter um HD embutido para tal gravação ou mesmo um SSD. O acesso a esses dados seria feito pelo próprio firmware do dispositivo, ou seja, seria transparente para o usuário.
[], bro!
Firmeza.
ResponderExcluirEntão pelo que eu entendi quem faz o trabalho pesado é o Set-top Box e a TV Digital serve mais como propoganda ficando a seu caráter apenas exibir as images.
No início isso deve ficar mais ou menos igual há um tempo que quando perguntado sobre o PC que tinha, a maioria dizia, tenho um Windos 98, Windows XP, dentre outros.
O que vc acha desse estereotipação?
Abraço
Bom,
ResponderExcluirQuando se fala em TV Digital, há muitos conceitos englobados. Da parte da emissora, falamos em equipamentos digitais para captação e transmissão de som e vídeo e da parte do telespectador, deve-se ter uma antena, um Set-top Box e uma TV (que pode ser ou não com tecnologia digital - como citado no texto).
No caso das funcionalidades, depende, principalmente da emissora e do Set-top Box. Por exemplo, no exemplo do jogo de futebol, caberia à emissora prover toda a funcionalidade e os dados, que seriam transmitidos junto com o sinal. Todos os telespectadores receberiam esses dados, mas apenas aqueles com equipamento (Set-top Boxes) capazes de manipular esses dados é que teriam acesso a essas informações.
Quanto à esteriotipação, é comum de mercado: veja o MP3. É um formato de arquivo, mas é natural você ver alguém pedindo um MP3 de presente. Isso sem contar nos MP4,5,6,7,8,9... Tudo nome de mercado... Acaba sendo bom para as pessoas assimilarem a tecnlogia a um nome. Mas é importante que os profissionais da área saibam da verdade por trás dos fatos!
:)
Levando por esse lado você tem razão, mais que eu já passei muita raiva em relação ao Windows eu já passei, sem contar em chamar o gabinete de CPU, isso sim me mata, isso não vem ao caso.
ResponderExcluirLembra que o que citei aquele dia pra vc, interfaces de conexão. Quais são as principais intergaces no mercados?
Senti falta disso no texto, e que quando vc entra em uma loja isso vem escancarado na sua kra.
[]s
Salve!
ResponderExcluirCara, o tipo de conexão pelas minhas pesquisas, depende do Set-top Box e da TV. Pelo que vi, da antena para o Set-top Box, a conexão é por cabo coaxial. Já do Set-top Box para a TV a conexão pode ser feita pelos cabos analógicos que estamos acostumados com os Video K7s, conectores DVI (Digital Visual Interface) ou HDMI (High-Definition Multimedia Interface). Mas pelo que vi, o conector do futuro é o HDMI, que é o cabo capaz de transmitir imagens com melhor qualidade e tende a ser suportado por uma gama maior de aparelhos. Logo, se você está para comprar um Set-top Box e uma TV, dê preferência a aparelhos com entrada HDMI!
Interessante, que nos links a seguir, eu encontrei referências que preveêm o uso do PC como Set-top Box. Destaque para o primeiro link, que é do time de desenvolvimento do Ginga:
http://clube.ncl.org.br/?q=node/65
http://info.abril.com.br/aberto/infonews/092008/29092008-16.shl
Abraço!
Ae mano, onde está meu comentário???
ResponderExcluirQue doideira.....
Pelo que eu vi o sistema do Ginga, faz um Set-topo Box Virtual, tudo isso ocorre a nível de software ou é preciso algum outro hardware no PC?
A autenticação fica pela internet? E como sintonizariamos os Canais?
Abraço.
Tem hora que o Blogger dá doideira.
ResponderExcluirJá perdi um comentário no clube de revista anterior.
Bom, de acordo com o tutorial do Ginga, a recepção é feita via Internet. Os requisitos de sistema são:
* Arquitetura Intel.
* Pentium 4 3.0GHz ou melhor. HyperThreading recomendado. Duplo núcleo ideal.
* Memória RAM de 1 Gb ou maior. 2 Gb recomendado.
* Placa Aceleradora de Vídeo com 64Mb ou maior. Chipsets nVidia e ATI recomendados.
* Disco rígido com 5Gb livres.
* Placa de som
Apesar da recepção deste tutorial ser feita via Internet, creio que nada impeça que futuras versões tenham a possibilidade de captar o sinal de uma antena, o que dependeria de uma placa para esta antena ser plugada.
Sobre a sintonização, o exemplo simplesmente cita a execução de um vídeo remoto usando o Ginga. Pelo que entendi, ele não sintoniza [ainda] um canal de fato. Há um vídeo num servidor e ele acessa e executa o mesmo com o Ginga, que ainda é um software em desenvolvimento.
[]!
Será que ele funciona tipo o LiveStation. Se sim poderiamos tentar descobrir para onde aponta o livestation e usá-lo no Ginga.
ResponderExcluirAbraço.
Cara,
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar do LiveStation, mas pelo que li, parece que ele transmite vídeos na Internet em stream (como o YouTube). Por causa disso, não creio que ele funcione como o Ginga, que é algo maior. O software nacional trabalha com uma linguagem chamada NCL, que serve para criar documentos hipermídia (pelo que entendo, é a partir daí que as emissoras criam as funcionalidades da transmissão digital, como Interatividade: baseada na NCL). O Ginga é responsável por interpretar isso e possibilitar que o usuário interaja com os recursos oferecidos (há duas fontes de desenvolvimento do Ginga: uma na PUC-Rio, que se foca em NCL e outra na UFPB, que se foca em Java).
Mais sobre Ginga-J: http://gingarn.wikidot.com/gingaj
Mais sobre Ginga-NCL: http://www.gingancl.org.br/
Mais sobre LiveStation: http://en.wikipedia.org/wiki/LiveStation
[]!